Ronco e síndrome da apnéia obstrutiva do sono

ORonco pode não estar ligado a Apneia do Sono (AS)

É importante distinguir entre o ronco e a AS. Muitas pessoas roncam. Nos EUA é estimada que aproximadamente 30% a 50% da população ronca.
Todos já ouviram histórias de homens e mulheres cujo ronco pode ser ouvido quartos bem longe de onde estão dormindo. O roncar nessa magnitude pode causar diversos problemas que incluem:

1) Desentendimento marital

2) Severos distúrbios do sono

3) Cansaço diário pela falta de dormir.

Mas, ressonar não se iguala sempre à AS. Há diversas opções disponíveis aos roncadores crônicos. Alguns tratamentos não-médicos que podem aliviar o ronco incluem:

1) Perda de peso – tão pouco como 5 quilos podem ser suficientes para fazer uma grande diferença na qualidade do sono.

2) Mudança da posição dormir – as pessoas tendem a roncar mais quando dormem de costas. Se possível, dormir de lado.

3) Evitar o álcool, a cafeína e as refeições pesadas – especialmente dentro de duas horas antes de deitar.

4) Evitar os sedativos – que podem relaxar seus músculos da garganta aumentando a tendência para a obstrução do espaço aéreo faríngeo.

Identificando e tratando da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SOAS)
A apneia do sono é definida como a presença de mais de 30 apneias durante um sono de sete horas. Em casos severos, os períodos de não respirar podem durar de 60 a 90 segundos e se repetem até 500 vezes durante a noite.

Principais sintomas da apnéia do sono

Aqueles que tem a AS frequentemente não tem consciência da sua condição e pensam que eles dormem bem. Os sintomas que fazem com geralmente que estes indivíduos procurem a ajuda são a sonolência durante o dia ou as queixas de ronco e paradas respiratórias observadas pelo cônjuge.
Os riscos da Síndrome da Apneia do Sono não diagnosticada incluem:

  • Ataque cardíaco;
  • Infarto;
  • Batimento cardíaco irregular;
  • Pressão arterial elevada;
  • Doença cardíaca;
  • diminuição da líbido e sonolência diurna.

Além desses sintomas, a SAOS causa tontura durante o dia que pode resultar em acidentes, baixa produtividade e outros problemas interpessoais de relacionamento. Esses sintomas podem ser suaves, moderados ou severos.
A AS é razoavelmente comum. Um em cinco adultos tem pelo menos a AS suave e um em 15 adultos, pelo menos, tem a AS moderada. Ela também pode afetar 1% a 3% das crianças. Durante o sono, o espaço faríngeo superior pode ser obstruído pelo tecido adicional, por amígdalas grandes ou por uma úvula grande. Também contribuem ao problema os músculos do espaço faríngeo que relaxam e caem durante o sono, as passagens de ar pelas narinas e a posição da maxila ou da mandíbula.
A cessação de respirar ou a “apneia” iniciam impulsos do cérebro para acordar a pessoa a fim de que ela reinicie o processo da respiração. Este ciclo repete-se muitas vezes durante a noite e resulta na privação do sono e naqueles inúmeros problemas de saúde já supra citados.

Tratamentos

Esses tratamentos basicamente são cirúrgicos.

1) Uvulopalastofaringoplastia modificada – essa técnica é totalmente diferente da tradicional e não emprega o laser.. Esse procedimento cirúrgico consiste na remoção da úvula com suspensão dos pilares amigdalianos, abrindo totalmente o espaço faríngeo sem deixar as inconvinientes cicatrizes da técnica tradicional com laser que causam severos problemas.
2) Suspensão do osso Hióide – se o colapso ocorrer na base da língua, a suspensão do osso hióide pode ser indicada. O osso hióide é um osso em forma de uma de “U” posicionado acima do nível da cartilagem da tireóide (Pomo de Adão) que tem acessórios aos músculos da língua bem como outros músculos e tecidos moles ao redor da garganta. O procedimento cirúrgico fixa o osso hióide à cartilagem da tireóide e ajuda a estabilizá-lo nesta região abrindo o espaço aéreo faríngeo.
3) Avanço de músculo Genioglosso (AMG) – esse procedimento cirúrgico foi desenvolvido especificamente para tratar a apneia obstrutiva do sono, abrindo a passagem aérea do trato respiratório superior. O procedimento estica o tendão anterior da língua e desse modo se dá a redução do grau de deslocamento da língua para dentro da garganta. Esta operação é executada frequentemente em conjunto com pelo menos outro procedimento cirúrgico tal como a UPFP ou suspensão do osso Hióide.
4)Cirurgia ortognatica com avanço Maxilomandibular (AMM) – o AMM é um procedimento que move cirurgicamente a maxila (arcada superior) e a mandíbula (arcada inferior) para a frente. Enquanto os ossos são avançados cirurgicamente, os tecidos moles da língua e do palato são também movidos para a frente, abrindo o espaço faríngeo. Para alguns indivíduos, o AMM é a única técnica que pode criar a passagem aérea necessária do ar para resolver a condição da SAOS que o paciente apresenta.

Esses tratamentos podem necessitar de um acompanhamento multidisciplinar com otorrinolaringologista, cirurgião bucomaxilofacial, fonoaudiólogo, psicólogo e fisioterapeuta.

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